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Siamesas que nasceram em maternidade de Salvador passam por cirurgia de separação

A Maternidade de Referência José Maria de Magalhães Netto realizou na madrugada desta sexta-feira (06), pela primeira vez na rede SUS da Bahia, uma cirurgia de separação de bebês siameses.

O procedimento de urgência durou cerca de três horas e foi coordenado pela equipe da médica Célia Brito e do cirurgião referência nesse tipo de cirurgia, Zacarias Calil (médico do Hospital Materno Infantil de Goiânia).

Apesar do procedimento ser considerado exitoso, um dos bebês acabou evoluindo ao óbito por conta de um quadro infeccioso. A outra criança segue acompanhada pela equipe multidisciplinar da maternidade com o quadro clínico estável.

O procedimento foi feito por Célia Britto, cirurgiã da maternidade, e também pelo cirurgião pediátrico de Goiás, Zacharias Calil. Inicialmente, a previsão era de que o procedimento fosse feito dentro de um mês, mas

precisou ser antecipada após piora no estado de saúde de umas das irmãs.

 “Elas estavam estáveis até quarta-feira [4] de tarde, quando subitamente elas tiveram uma piora clínica, o que nos fez diagnosticar um processo inflamatório intestinal, que é uma enterocolite necrosante, patologia típica de pacientes prematuros. E em decorrência dessa patologia, que leva à necrose do intestino e de órgãos como estômago, intestino delgado e grosso, tivemos que adiantar a cirurgia, na tentativa de salvar as duas gêmeas”, explica Célia Brito.

O cirurgião pediátrico Zacharias Calil também falou sobre o procedimento.

“Tinham que ser separadas, não tinha opção. Infelizmente era um quadro esperado: ou você faz ou morre as duas”, disse o médico.

A bebê Aila possui cardiopatia, mas está com saúde estável e segue em tratamento na maternidade. Ela deve passar por outra cirurgia, mas ainda não há data prevista.

“Ela está bem, já está se recuperando, tem um plano pós-operatório dentro do esperado, já com redução das medicações. Ela está reagindo dentro do esperado para o primeiro pós-operatório de uma cirurgia grave, onde a irmã com uma necrose intestinal importante, comprometia a vida dela”, completa Brito.

Após o nascimento, a Sesab explicou que, na avaliação preliminar, as gêmeas siamesas estavam interligadas pelo fígado.