Várias pesquisas têm comprovado os efeitos negativos da poluição sonora para a saúde das pessoas em geral, principalmente as que estão internadas nos hospitais. De acordo com recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS), o ruído sonoro, (barulho), em hospitais não deveria passar dos 30 a 40 decibéis e pela Norma Brasileira 10152 (NBR 10152), os parâmetros são de 35 a 45 dB na maioria dos ambientes internos do hospital. Para alertar e conscientizar os colaboradores para a redução de ruídos, o Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT) do Hospital Estadual Materno-Infantil Dr. Jurandir do Nascimento (HMI), iniciou nos dias 13 e 14 de janeiro, a Campanha do Silêncio.
O engenheiro de segurança do trabalho – Marcus Vinícius Freitas e os técnicos de segurança – Maria de Lourdes Souza e Roberto José de Azevedo Júnior, passaram nos setores do hospital, fazendo medição de ruído e orientando as equipes a diminuir a intensidade de fala, colocar celulares no modo vibratório, usar calçados com solados macios, aumentar os cuidados na manipulação de equipamentos, fazer vigilância aos alarmes dos monitores e bombas de infusão de medicamentos, entre outros. “Nosso objetivo é estimular atitudes simples que contribuam para a diminuição do barulho e melhoria da qualidade ambiental nas áreas interna e externa do hospital”, afirmou Roberto.
O silêncio traz tranquilidade e relaxamento e quando se trata de um ambiente hospitalar, ele se torna ainda mais importante, pois contribui para a recuperação do paciente e para a concentração dos profissionais da unidade. Por isso, a ação foi aprovada por todos. “Gostei da iniciativa! O silêncio é um ato de respeito dentro do hospital”, disse a técnica de enfermagem, Cleide Adriano. “Importantíssima essa campanha, principalmente no ambiente neonatal. Temos que ter cuidado para fazer o mínimo de barulho possível, já que o silêncio é um remédio para os pacientes”, afirmou a pediatra Áurea Oliveira. “É uma campanha necessária, pois dependendo da intensidade do ruído, pode prejudicar o desenvolvimento neurológico dos recém-nascidos”, destacou a fonoaudióloga, Thaynara Borges.
Segundo o engenheiro do trabalho, alguns locais da unidade como recepção, refeitório e corredores, em alguns horários distintos, foram detectados picos altos de ruídos, acima do recomendado, chegando a 60 dB. Por isso, além da conscientização, o Sesmt iniciou a troca das rodas dos carrinhos que transportam produtos hospitalares por rodas de silicone. “Vamos disseminar a cultura do silêncio em toda a unidade, durante esses cinco meses. Até chegar em 7 de maio – data que se comemora o Dia do Silêncio -, estaremos trabalhando uma programação especial para combater o excesso de ruído, visando o bem-estar dos pacientes e dos colaboradores”, destacou o engenheiro do trabalho, Marcus Vinícius.